CCB um Despertar para uma realidade. Qual é a sua?

Relato da reunião entre o Conselho de Anciães da CCB e o autor do livro "Por Trás do Véu" - Marcelo Ferreira, ocorrida no dia 03/03/2008 em São Paulo.

"Despertando para a realidade"
O espantoso impacto causado pela participação do autor, Marcelo Ferreira, no programa de rádio "Crescendo na Fé" (Musical FM - 105,7 SP), como um dos consultores sobre assuntos bíblicos e teológicos, desde novembro de 2006, serviu como ferramenta para romper em meio ao sedentarismo de milhares de irmãos da CCB, repousados na égide de suas tradições e costumes próprios. Mesmo contrários a participação do autor, se viram obrigados a buscar uma defesa de suas tradições, tentando refutar, ainda que sem sucesso, os argumentos inquestionáveis da Palavra de Deus utilizados pelo autor.
Presenciando o autor abordar assuntos velados desta denominação e alertando para o perigo das tradições e heresias praticados pelo grupo, muitos expuseram publicamente seu apoio em participações ao vivo no programa e revelaram que de forma sigilosa, já desenvolviam algum tipo de trabalho entre seus irmãos, pregando a volta à Palavra, pois também haviam sido despertados pelo Espírito Santo.

O livro "Por trás do véu", com apenas um mês de lançamento, ocorrido em 26 de Janeiro de 2008, aumentou a repercussão no meio evangélico e principalmente na Congregação Cristã no Brasil, fato este que gerou um convite ao autor, Marcelo Ferreira, para comparecer perante o Conselho de Anciães da CCB em Reunião Ministerial, no dia 03 de Março de 2008. O principal motivo para a convocação deste diálogo, deu-se ao fato de muitos membros da CCB, além de estarem buscando esclarecimento no citado programa de rádio, leram o livro e, ao serem esclarecidos sobre a história de sua denominação, sobre seus erros doutrinários, assimilaram também o fortíssimo apelo da obra para se voltar à Bíblia Sagrada como única regra de fé e prática, buscando espantosamente uma renovação espiritual. Ao serem confrontados com sua realidade, seu modo de vida como cristãos, passaram a viver uma "crise de consciência" que os levariam a buscar uma sensibilidade maior ao chamado do Espírito Santo, que por tantas vezes já os havia alertado. Passaram a ler a Bíblia Sagrada sem os óculos denominacionais e a viverem um cristianismo autêntico, que a tanto tempo havia dividido espaço com as tradições.

Destes, muitos se interessaram pelo conhecimento bíblico, voltando a leitura da Bíblia, ingressando em cursos bíblicos e teológicos e até estabelecendo vínculo com outras denominações, muitos até migrando para elas.

Iniciava algo inédito e extremamente importante nesta denominação: em larga escala, milhares de seus membros romperiam as barreiras do medo e do domínio, exercido durante décadas por sua liderança, que se entitula "Ministério Espiritual" e passaria a navegar sob a orientação da Bíblia Sagrada, dizendo não às práticas anticristãs até então presentes em suas vidas, que haviam sido influenciadas sutilmente pela cultura oral, subsidiada em parte por ensinamentos espúrios.

Muitos membros da CCB, já haviam sido despertados por Deus para se pronunciarem contra as tradições e voltar imediatamente a viver um cristianismo bíblico, pautado somente na Bíblia.

Então em 03 de março de 2008, Marcelo Ferreira compareceu acompanhado de irmãos e companheiros, até a sede da CCB, no Brás, São Paulo capital, munido de sua Bíblia Sagrada e de um documento a ser entregue ao Conselho de Anciães. Foi franqueada somente a entrada do irmão Rogério Aguilar, membro da CCB, ao plenário de reuniões dos anciães, acompanhando o autor.

-Reunião no Brás - a "exclusão" - por Marcelo Ferreira
Destacamos alguns pontos abordados nesta reunião, junto aos comentários expostos pelos presentes.
Os nomes citados servem unicamente para melhor posicionar o leitor na análise dos fatos abordados, respeitando o parecer de cada participante, e nos reservando somente a fazer comentários em defesa da fé cristã. A narração a seguir é de Marcelo Ferreira, autor de "Por trás do véu":

Ao adentrar o plenário de reuniões, no segundo andar do edifício administrativo da sede da CCB, lamentavelmente, só estavam presentes 40 anciães (a maioria composta pelos mais antigos), 1 cooperador (de minha comum congregação), 1 secretário e um administrador, pois a maioria do corpo de anciães que participara da reunião anterior, mais de uma centena, teve sua participação vetada. Assuntos desta importância, segundo a ótica da liderança central desta denominação, não pode ser tratado na presença dos ministros mais novos, fato estranho se tratando de uma igreja cristã.

Após , eu e o irmão Rogério Aguilar, que me acompanhava, assinamos uma lista de presença (em uma folha de almaço sem timbre, não era um papel oficial), juntamente aos demais anciães e presentes. A reunião se iniciou com uma oração. Esta, já expressava a atitude que os anciães tomariam no decorrer da reunião, pois foi pronunciado pelo ancião presidente, Jorge Couri, a seguinte súplica a Deus: "...prepara o coração destes irmãos (referindo-se a mim e meu companheiro) para que aceitem o nosso conselho...". Ou seja, já havia um conselho preparado sem ao menos terem me ouvido, fato comum na Congregação Cristã.

Em seguida, foi convidado um dos anciães mais antigos do Brasil, o sr. Abel Rolim Pinheiro, da cidade de Itaí, para que pronunciasse algo a meu respeito, o qual relatou aos presentes o fato de eu ter pregado na CCB e na Assembléia de Deus, quando em viagem ao interior de São Paulo, fato este ocorrido em seu setor ministerial. Prosseguiu relatando que ao me questionar numa reunião ocorrida na mesma localidade, eu havia dito que pregaria onde o Espírito Santo me mandasse, fato este confirmado por mim.

Nesta reunião citada, ocorrida em 01 de Agosto de 2007, também foi pedido pelo mesmo ancião, por três vezes, que eu não pregasse mais na CCB e em outras igrejas, pedido este o qual não pude aceitar devido a minha liberdade em Cristo. Nesta ocasião, apresentei-lhe o Estatuto da CCB, a edição unificada (que unifica o Histórico, a Convenção de 1936, as Reuniões de 1948, os Pontos de Doutrina e Fé e Mensagens) e por fim a Bíblia Sagrada. Ao perguntar ao ancião, sr. Abel, em qual ponto eu contrariava as determinações da CCB e a Palavra de Deus, não obtive uma resposta satisfatória, apenas declarou aos presentes que não precisávamos de nada das outras igrejas pois na Congregação teríamos tudo que fosse necessário. Voltemos a reunião de 03 de março de 2008:

Na sequência, é dada a palavra ao ancião do meu setor, Bom Retiro-SP, o sr. Joel Bagnato, o qual relatou sobre as advertências que havia me transmitido sobre minhas participações no programa de rádio "Crescendo na Fé", pois sendo músico, exercendo ministério na CCB, poderia perder minha liberdade de participar na orquestra e na igreja procedendo desta maneira; isto se deu em Novembro de 2006. Fato este confirmado por mim.

Após estas colocações a minha pessoa, o presidente dos anciães, Jorge Couri, me convida a frente e pergunta:
"O irmão previa que os irmãos anciães reprovariam o fato de você pregar na Assembléia de Deus e ir ao programa de rádio ? "

Respondi: "Sim". (Conhecia muito bem os ensinamentos transmitidos na igreja para não participar de nenhum grupo cristão que não fosse a CCB) . Então, o mesmo ancião prosseguiu:
"O irmão conhece os nossos princípios e sabe que isso poderia causar o cerceamento de sua liberdade?"

Respondi; "Sim". (Durante minha trajetória na CCB, sabia de certos casos, de menor importância para a denominação, que foram tratados com essa mesma arbitrariedade; o meu não seria diferente).

Após isto, este ancião, me disse ter lido o livro, o qual estava em sua posse, e me questionou sobre o parecer que dei a respeito do ministério do ancião Louis Francescon, sobre o início da obra de Deus no Brasil. Comentou sobre o proselitismo apontado pelo livro no início da CCB e o exclusivismo que haveria passado para o ministério atual, causando isolamento das igrejas. Disse ainda: "Nós conhecemos todos estes pontos do livro e sobejam,...você não havia nascido, nós já estávamos no ministério...são pontos sobejamente conhecidos de todos nós".

Falando sobre as questões de isolamento, exclusivismo e proselitismo abordados no livro, o ancião presidente, sr. Jorge Couri pergunta sobre qual era a minha idade e a do irmão que me acompanhava. Respondemos: "34 anos...31 anos". Disse o mesmo ancião a nós: "Muitas coisas vocês desconhecem, vocês são imaturos, vou te mostrar..."
Vimos nesta atitude, que a idade demonstra algo importante para a liderança da CCB. Lembremos que nem sempre experiência de vida e idade avançada significa sabedoria.
Prosseguiu o ancião:
"...alguma vez ensinamos que a salvação só está aqui?...se alguém no meio de nós fala, aprendeu errado, não aprendeu como convém..."

Estranho o ancião presidente dizer isto, pois por diversas vezes ouvimos na CCB em meio as pregações e testemunhos as seguintes afirmações: "esta é a Graça de Deus" , "este é o caminho", até chamando-a de "arca de salvação". Isto é um fato característico enraizado nesta denominação. Ou seja, o seu argumento pareceu uma espécie de desculpa, deixando a responsabilidade sobre outros ministros e membros não presentes, tentando se isentar e aos demais membros do conselho de tal responsabilidade face a realidade praticada pela maioria dos membros da CCB.

Ainda prosseguindo, o ancião presidente, fala sobre a grande quantidade de evangélicos que vem para a CCB e aponta, segundo ele, o responsável:
"Quanto a dizer qual é a razão que vem este enxame de gente evangélica para o meio de nós,... que eu percebo que há uma reprovação que nós não nos juntamos lá,... mas eles acabam muitos vindo para cá...disto nós não temos culpa,... sabe quem é o culpado? É o Espírito de Deus...vou te mostrar, vou te provar isso aí por A+B".

Após lançar sobre o Espírito Santo, a "culpa", pelo qual os evangélicos vem e se rebatizam na CCB, discorreu contando um testemunho ocorrido em Santa Catarina na década de 60, onde um pastor evangélico e sua mulher se rebatizaram na CCB. Em seguida, cita que este mesmo pastor queima toda sua biblioteca. Este argumento é comum dentro desta denominação, pois quando não conseguem fundamentar suas atitudes e doutrinas próprias na Bíblia, lançam mão de testemunhos. O problema não é o membro de uma igreja genuinamente cristã, por um motivo justo, migrar para a CCB, o problema é ele ter que ser rebatizado para ser reconhecido como membro. Não encontramos tal ensinamento sobre isto na Bíblia Sagrada, e lembramos que o Espírito Santo, como Deus, não gera confusão.

Concluindo seu testemunho, o mesmo ancião prosseguiu dizendo: "você desconhece a obra no coração", também que: "as palavras do livro lançam no coração das pessoas confusão..."

Segue advertindo a mim e também ao irmão Rogério: "Se pregar em outro lugar e querer pregar no meio de nós, não pode.., corre o risco de deixar a orquestra perder a liberdade entre nós...".
(Sabemos que a reunião foi para tratar um caso envolvendo a minha pessoa, mas o ancião adiciona em suas colocações o irmão que me acompanhava).
Mediante tal advertência, respondo: "por pregar o evangelho?" Recebo a seguinte resposta:
"Digo por pregar noutra igreja"
"Já viemos assim a um século,... ensinados desta maneira e temos que permanecer assim"
"Se nós formos passivos, cruzarmos os braços nisso aí, abriremos uma porta para todo mundo fazer o que bem entende..."

Mais uma vez o ancião presidente me colocado duas opções: "...ou o irmão desiste de tudo isso ai, seja de programa, ou seja de pregações lá fora, e fica como músico no meio de nós, com liberdade no meio de nós, aceitando a nossa fé, ou o irmão faz sua opção contrária, não podemos impedir..."
"Só que nós somos obrigados diante de toda esta irmandade e de todo este ministério a manter os nosso princípio..." Ou seja, se continuar participando das igrejas e do programa de rádio, deixo a orquestra e perco a liberdade na igreja.

Prossegui, mesmo diante das opções colocadas, falando sobre a questão do batismo, tão explorado no testemunho contado pelo ancião, onde dei meu parecer, referindo-se a algumas experiências particulares citadas pelo pastor que se rebatizou na CCB, afirmando que "como cristãos, não somos movidos somente por sentimento... nós não podemos ferir o princípio das Escrituras...".

Após algumas afirmações do ancião presidente sobre o estudo da Palavra e exame das Escrituras, prossegue em mais um testemunho, falando sobre pastores que vieram ao Brás, num culto, e ficaram maravilhados com a pregação da Palavra que havia feito, perguntando a ele no final do culto sobre as características da CCB e quantos dias ele havia levado estudando a Palavra pregada. O mesmo ancião respondeu que não procedia assim, pois era por revelação de Deus . Seguiu abordando ainda sobre não receberem nada para pregar, tendo por isso mais liberdade.

Apos algumas considerações sobre os pastores, voltamos ao assunto do batismo, onde lhes expliquei sobre o caráter do batismo, como testemunho público da obra de salvação que ocorreu em nós. Também falei sobre minha dificuldade de entender o rebatismo de evangélicos praticado em nosso meio. Tive a seguinte resposta: "nós não podemos ensinar isto para a irmandade...", referindo-se a ensinar que não há necessidade do rebatismo de evangélicos. Mais uma vez, o ancião fala sobre um testemunho de um irmão que havia sido 40 anos pastor em uma igreja evangélica e havia se rebatizado na CCB após ter sentido algo que nunca havia sentido. Mais um testemunho !

Prosseguiu o ancião presidente:
"A questão do batismo é questão pessoal...a questão do batismo não podemos mexer..."
"Nós não vamos ensinar a irmandade o seu ponto de vista...de dizer a irmandade que os que vem de outras crenças não se batizem..." Se referindo aqui também aos evangélicos.

O ancião, sr. Natanael Agrello (Lapa), interrompe indagando a respeito daqueles que haviam sido batizados no batismo de João, onde fiz uma exposição sobre o batismo de João Batista "para arrependimento" e o batismo cristão "para os arrependidos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".
Após algumas considerações, o ancião presidente me pergunta o seguinte: "se alguém pertenceu a uma igreja evangélica..e ele neste tempo que lá esteve...cometeu algum mal, um pecado...e ele chega na nossa Congregação...e ninguém o conhece...e ele sente o chamado do Espírito de Deus, e sente que o Senhor o perdoou... por este batismo que ele sente de se batizar agora? (na CCB) Respondo ao ancião: "Mais aí lhe falta alguma explicação" Prossegue o ancião: "Não explico nada, eu deixo a obra nas mãos do Espírito de Deus"
Novamente respondo que ele estaria levando ao entendimento que batismo perdoa pecado e cito a 1.ª Epístola de João 1:1-7, onde diz que o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado e não o batismo.
Vemos que um dos principais problemas na visão e compreensão da CCB, além de não reconhecer o batismo praticado por outras igrejas, é de que o batismo perdoa pecados.

O administrador presente, por nome Paulo, me pediu uma explicação sobre qual batismo é o correto, onde defendi ser este, aquele praticado por igrejas genuinamente cristãs, de acordo com a Palavra de Deus, segundo uma confissão de fé genuinamente cristã, sob o critério da Palavra de Deus, não o praticado por grupos não cristãos ou pseudo-cristãos. Dei a ele e aos presentes também, uma explicação sobre algumas características das seitas não cristãs.
Falei aos presentes sobre a necessidade de ensinar as pessoas que chegam, analisar a condição de cada um, indagando-os sobre sua vida cristã, seu batismo, antes da Congregação tomar ou permitir qualquer atitude.
Prossegui afirmando que o batismo não salva e não perdoa pecados, dizendo: "...se formos crer assim, onde fica o sangue de Jesus?". Ouve grande alvoroço em meio aos anciães.

O irmão ancião, sr. Natanael Agrello (Lapa), interrompe dizendo que na CCB não se obriga a pessoa se batizar novamente. Porém sabemos que a CCB só considera como irmão aquele que passa pelo seu batismo. Seus membros sutilmente insistem ao recém chegado, mesmo evangélico, para a aceitação deste novo batismo, onde afirmam ser necessário o tal para ser "legitimado filho de Deus".

O ancião presidente diz: "o batismo não perdoa pecados? Respondi: "O batismo não", e o mesmo prossegue: "Se a pessoa crer e for batizado...perdoa"...o batismo o que é?...o batismo é o pagamento de uma dívida...Ele (Jesus) em realidade no seu corpo, eu por fé..."

Respondi não poder aceitar esta afirmação, pois seria dizer que temos parte na obra de redenção consumada por Cristo na cruz do calvário. Ouvi o seguinte:
"Percebo que muita coisa te falta..."
"Quem tira o pecado é a tua crença de que na morte de Jesus está o pagamento da tua dívida, isso é que tira o pecado...quando você desce ao batismo...para Deus, aquilo tem força real de morte..."
"Como tem força real de carne e sangue de Jesus o pão e o vinho abençoado pelo Senhor... você descendo as águas do batismo, para Deus você está descendo à sepultura"
"Deus fez esta graça na pessoa de Cristo Jesus,... Ele na realidade no seu corpo... e você com ele, pela fé..."

Vemos aqui, segundo as palavras do ancião presidente, que o mesmo acredita termos parte na consumação da obra de salvação desconsiderando ser o batismo apenas um testemunho da obra de Jesus em nós. Agora, ficou uma dúvida; o que o caro ancião quis dizer com "Deus fez esta graça na pessoa de Cristo Jesus...", não foi possível esclarecer mediante tantas interrupções.

Outro ancião presente, que não identifiquei, apresenta Atos 2:38 e me questiona sobre o assunto, o qual dei-lhe uma explicação sobre o que significa "para perdão de pecados", abordando a questão do arrependimento antecedendo o perdão de pecados. Novamente fui rejeitado e indagado por um dos anciães presentes, o sr. Antônio Alberto (Vila Salete), dizendo: "O irmão com a sua idade, com a sua teologia quer ensinar o ministério espiritual do que está escrito na Palavra?...na frente do ministério querendo ensinar teologia para nós?"
Mais uma vez, minha idade foi colocada como fator determinante para acatar ou não um alerta que tentava lhes transmitir.
O ancião, sr. João Santin (Vila Guilhermina) completa: "Ele entende segundo a letra"

Em seguida, pedindo uma oportunidade para ler o documento que havia confeccionado, afinal, havia sido convidado para ser ouvido, recebi a seguinte resposta do ancião presidente:
"O convite não foi para ser ouvido, foi para te ouvir depois das acusações que te fizerem..."

Novamente o ancião presidente, Jorge Couri me questiona:
"Ou o irmão abre mão de todas estas coisas e não vai mais pregar aí, e não pregue no meio de nós, porque vai atrapalhar o nosso povo, o irmão cessa, pedirá perdão a irmandade reconhecendo o teu erro e fica com liberdade na igreja , ou o irmão fica com tudo isso aí e a partir deste momento você tem que deixar a orquestra e deixar a liberdade na igreja..."

Diante de tamanha arbitrariedade, apelei então para a necessidade de se honrar a palavra dita pelo ancião do meu setor que havia me convidado para ser ouvido.
Assim, o ancião presidente intercede aos demais e me autoriza a leitura do documento, mas antes de iniciar, novamente o ancião, sr. Natanael Agrello (Lapa), me disse: "...se o irmão fosse falar pela guia do Espírito Santo, nós estávamos sentindo em nossos corações..."
Disse então: "o irmão acha que não falo pela guia do Espírito Santo?"
O mesmo ancião respondeu: "Não...o irmão fala pelo espírito de sabedoria..."

O ancião, sr. João Santin (Vila Guilhermina) interrompe:
"Marcelo..você tem a tua maneira de pensar, estudou, entendeu as coisas pela via do estudo...essa Obra é obra do Espírito Santo, e nós entendemos pelo Espírito Santo"
"Então você pode falar dia e noite, para nós não serve nada...nós vamos perder tempo...a Congregação não admite que os seus membros participem de todos os trabalhos e vá pra fora pregar e fazer outras coisas..."
"A Congregação não admite...ou fica com nós ou continua na sua vida sem nós, não pode misturar..."

O ancião presidente, sr. Jorge Couri, solicita que inicie a leitura, e ao chegar na leitura dos tópicos, afirma algo muito interessante. Cita que no Chile, reunia-se um grupo de irmãos que ao terem contato com irmãos do ministério do Brasil e aceitando as doutrinas da CCB, não lhes foi exigido batizar novamente. Este grupo passou a ser então a Congregação Cristã no Chile. Pergunte-lhe porque isto não ocorre no Brasil e o mesmo disse: "Nenhum de nós obriga a ninguém se batizar...apenas, não podemos abrir a porta de qualquer maneira para qualquer um..."
"Alguém vem para mim...e pode me dizer: eu quero seguir mas eu já fui batizado naquele lugar...eu não sei o que ele fez, o que ele não fez...uma pergunta: e se ele cometeu um pecado...e o Espírito de Deus está mostrando pra ele, está chamando ele? Prosseguiu: "Você está limitando o Espírito de Deus"
"Marcelo, você está dizendo: tem que ser assim e está fechando a liberdade do Espírito de Deus"
Respondi: "Jamais tive essa idéia!" , referindo-me a me impor ao Espírito de Deus.
Disse o ancião: "Você não tem, mas voluntariamente você está...eu não posso ter domínio sobre as almas"

Vemos que o caro ancião se omite em explicar sobre a necessidade real de quem deve passar pelo batismo ou não, também de instruir crentes já batizados (oriundos de outros grupos cristãos) presentes num culto onde haverá batismo, sempre deixando a responsabilidade para Deus. Sabemos que num culto de batismo, há também muitas pessoas que já foram batizadas, e que por diversos motivos se afastaram do Senhor. Mediante a pregação da Palavra, se arrependem de seus atos e desejam voltar para Jesus, sendo esta uma nobre atitude. Agora, sentir-se perdoado, sentir-se recebido por Deus ou até mesmo receber um sinal de Deus, não significa ter que se batizar novamente.
Prosseguiu contando mais um testemunho sobre um irmão que foi 20 anos da Assembléia de Deus e se batizou na CCB após ter uma experiência pessoal. No final deste testemunho me disse: "alguma coisa você não está entendendo aí...tem qualquer segredinho aí que você não está entendendo"
Sempre citando experiências e testemunhos, não a Bíblia. Prosseguiu: "...está te faltando luz ai em alguma coisa Marcelo..."

Falando sobre igrejas, o mesmo ancião disse:
"...existem aí certas igrejas que vivem de milagres falsos...", o qual imediatamente disse a ele que eu não poderia afirmar tal fato .

Prosseguiu o ancião presidente citando a ênfase de milagres e curas em certas igrejas e criticou a ausência da pregação de certos assuntos essenciais em tais igrejas, o qual pedi para o nobre ancião não generalizar.
Um ancião antigo, por nome Pedro, interrompeu dizendo: "...aqui não tem outro jeito a não ser ouvir, considerar o que é a obra que o irmão acha, pensa e tal...e o que é realmente a Obra de Deus..."
"Penso que o irmão agora vai entender o que é a graça que nós estamos e a maneira das seitas..."
Pedi-lhe a seguinte explicação: o que o irmão entende por seitas?

Após um novo alvoroço, o ancião presidente interrompeu lembrando o caro ancião para não chamar as demais igrejas de seitas, conforme ensinamento, mas de igrejas evangélicas. O mesmo ancião que as chamou de seitas prosseguiu:

"...Nós estamos na Graça de Deus...temos um pouco de experiência...nós estamos aqui como anciães...por revelação de Deus, que Deus deu a outro, foi orado, foi confirmado, mas ninguém aqui pediu para ser ancião..."
"Agora nas igrejas não é bem a Graça de Deus que está ali fazendo a obra, mas permissão de Deus..."
"...Deus prepara crentes evangélicos e eles procuram direitos deles, na lei... e tudo que vem na lei favorecendo, que Deus preparou, favorece também a nós.."
" A parte de igrejas evangélicas é material, não é por revelação espiritual, para dizer que é obra do Espírito Santo..."

De forma absolutamente radical, este ancião afirmava que as igrejas evangélicas existiam unicamente para beneficiar a CCB e não faziam parte da Obra do Espírito Santo.
Neste momento, o ancião, sr. Paulo Plácido (Jardim Paulista), começa a interromper o diálogo, onde peço que o mesmo aguarde o término do meu pronunciamento.
Prossigo a leitura do documento e após o término, com muito custo, consigo sob autorização do presidente, que o secretário protocolasse o recebimento do documento exposto, ficando uma cópia para o Conselho de Anciães .

O ancião presidente, sr. Jorge Couri, novamente pergunta: "...o irmão continua com o propósito de continuar indo às igrejas que não são da nossa fé para pregar como tem feito?"

Respondi: "se o Senhor me fizer saber, sim", devido ao meu chamado e liberdade em Cristo.
Perguntou ele ainda:
"...e quanto a este programa de rádio também o irmão não vai deixar?"
Disse que continuaria, pois tenho esta liberdade.
O ancião presidente prossegue: "Tudo isso aí é contra nossos princípios..."

Neste momento, o ancião me diz que eu teria, em virtude de meu comportamento contrariar os princípios da CCB, que deixar meu cargo na orquestra e indagou o irmão Rogério, meu acompanhante se queria seguir-me em minha decisão, o qual respondeu que sim, mediante o que havia presenciado durante a reunião.
Em seguida o ancião, sr. Jorge Couri, me transmite verbalmente que não posso mais continuar com o cargo na orquestra e nem com liberdade na igreja. Ao dizer-lhe que tal decisão precisava ser devidamente documentada e me transmitida por escrito, não verbalmente; o mesmo ancião disse: "Não...o ministério soberanamente decide..."
Pedi então que me fornecessem uma cópia da ata da reunião, contendo tal determinação, onde o ancião presidente novamente disse que não.

O administrador presente, sr. Paulo, interrompe dizendo que tal pedido tem que ser por escrito, para ser avaliado pelo ministério se darão uma cópia ou não. Alegou problemas já ocorridos, inclusive judiciais, fatos estes pelos quais estão se resguardando. Disse também que a CCB como igreja, goza de prerrogativas legais que a permitem fornecer ou não cópia de tal documento.

O ancião, sr. João Santin (vila Guilhermina), novamente interrompe e prossegue:

"...O irmão fica como excluído da Congregação...pode viver como quiser...agora se vocês dois (referindo-se também ao irmão Rogério que me acompanhava) quiserem servir a Deus segundo a doutrina da Congregação Cristã, vocês tem toda a liberdade, não estamos impedindo..servir a Deus e servir ao mundo não!...o irmão está dizendo uma coisa que para nós não interessa...a Congregação é assim e não vai mudar...ou é membro da Congregação ou deixa de ser...se você quiser ser membro renuncie a tudo ...e se você diz: eu não renuncio a nada, você não é mais membro de hoje em diante, acabou...não tem lei, não tem juiz, não tem nada, é a tua palavra que determinou...então você está livre...nós não estamos te impedindo de servir a Deus, estamos te convidando a optar, se você diz não prefiro lá, fique lá..."

Após ouvir tal arbitrariedade e falta de amor cristão, perguntei ao ancião presidente, sr. Jorge Couri se ele, de acordo as palavras de seu conservo estava cerceando minha liberdade na CCB. O mesmo, respondeu que sim, dizendo ser em nome de todo o ministério, que na sua maioria, o acompanhou em coro nesta afirmação.

Tentaram mais uma vez que eu voltasse atrás, dizendo que estavam dando uma chance.
Disse ainda o ancião presidente: "... por manter estes princípios somos conhecidos..."
"Nós estamos mantendo as santas tradições e o Senhor nos quer assim isolados"
"Não existe orgulho, existe este cuidado de nos manter naquilo que nos foi transmitido, e como nós vemos que o Senhor nos tem abençoado desta maneira, não vamos mudar..."

Em meio a palavras como: "cuidado para não perder a vida eterna" ,
"o que está em você não é bom...se humilha...peça socorro para Deus ter misericórdia" e
"não é o Espírito de Deus",
a reunião terminava.

Mantendo minha firme posição em defesa da fé cristã e dizendo aos anciães presentes que havia transmitido o que Deus me fez saber em fazer, prossegui dizendo que o Senhor iria mostrar o que seria o desfecho desta situação em que se encontra a CCB e então ouvi do ancião presidente:
"...Lança esta responsabilidade sobre o ministério..."
Respondi: "Não, nós vamos ser esclarecidos por Deus".

Em face ao que havia ouvido e presenciado, já sob a sentença de exclusão, e sabendo da posição do Ministério da CCB em permanecer em suas "tradições", me considerando dispensável, saudei os presentes pedi licença para sair e após saudar o ancião presidente, sr. Jorge Couri, já me retirando do recinto, recebi as seguintes palavras do irmão ancião, sr. Natanael Agrello: "e você também ora ao Senhor e se o Senhor te trocar estes teus pensamentos, seja humilde, a porta estará aberta desde que você se humilhe". Retirei-me do local na companhia do irmão Rogério Aguilar depois de duas horas e oito minutos de reunião.

Jamais poderei voltar atrás em meus princípios cristãos, pois estou firme em minha posição e consciência, certo daquilo que havia feito, alertando o meu querido povo da CCB e relatando aos anciães desta denominação sobre sua atual situação. Todo meu trabalho foi e será unicamente para a glória de Deus. Finalizada a reunião deixei o plenário de reuniões.
Infelizmente, muitos ministros da CCB presentes, dentre eles muitos septuagenários e octagenários, não mantiveram uma postura compatível com a sua posição durante uma reunião tão importante. Repleta de interrupções, acusações, risos e conversas paralelas enquanto eu me pronunciava, pude ver o lamentável estado que se encontra a liderança desta denominação. Os poucos anciães que não se pronunciavam nos assuntos, mostravam-se prontamente alertas para concordar com algumas exposições do ancião presidente.
Sinto muita compaixão pelos irmãos da CCB que se encontram guiados humanamente por tais ministros, se submetendo aos seus "ensinamentos e tradições", rogando a Deus, que pela sua eterna misericórdia se compadeça desta parte da Igreja de Cristo.
Meu testemunho e minha exclusão arbitrária, sem qualquer embasamento bíblico, estão registrados nas crônicas da história do cristianismo e perante o Senhor.

Minha luta não foi em vão, pois cumpri o meu chamado em relação a CCB. Meu testemunho se unirá ao dos profetas, apóstolos, evangelistas e todos aqueles que foram movidos pelo Espírito Santo a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Certo estou da fiel recompensa que o Senhor, Justo juiz, me dará naquele dia.

Termino este relato, com alegria no espírito, lembrando-me das palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho reportado por Mateus, capítulo 5 vv. 11-12:

"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa."
"Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós."



Edição:M.L.Vitor

Arquivo/PortalCCB/032008