"Ficamos com as nossas Tradições"

Anciães da CCB afirmam ser “SOBERANOS” em suas decisões recusando ouvir irmão Marcelo Ferreira, que é excluído da Congregação Cristã por “sentença” dada pelo Ministério reunido em Plenário no Brás.

No dia 03/03, segunda-feira, no Brás em São Paulo, esteve reunido o Ministério de Anciães da Congregação Cristã, com a presença do irmão Marcelo Ferreira, auto do livro “Por Trás do Véu”, convidado no ultimo dia 26 de fevereiro pelo ancião-presidente Jorge Couri, que segundo as formalidades do convite, o Ministério da CCB se colocaria a disposição para ouvi-lo em Plenário, face ao lançamento da Obra “Por Trás do Véu”, que conta a trajetória da CCB no Brasil, que traz à tona documentários e fatos singulares de sua forma doutrinária com suas transformações.

A equipe de notícias do Portal CCB OnLine esteve no local e pode acompanhar os bastidores deste momento ímpar da história da CCB, haja vista, a grande repercussão deste movimento que vem crescendo espantosamente na capital Paulista e ganhando outros estados do Brasil, onde é possível constatar que dentre os membros da CCB já diverge as opiniões, como também entre irmãos que compõe o Ministério da CCB, uma vez que, esperam e acreditam na possibilidade de a Congregação Cristã no Brasil voltar à visão missionária ( “IDE” ) se tornando uma igreja emergente, somando forças no cenário evangélico nacional e internacional, além da compreensão de sua natureza viva como organismo espiritual pertencente ao Corpo de Cristo(1Co.12:13).

O irmão Marcelo Ferreira se fez acompanhado até o local por amigos, Pastores, Presbíteros, que o apóiam neste trabalho, autorizada tão somente a entrada do irmão Rogério Aguilar, previamente recomendado. A reunião iniciou por volta das 18:45 hs com duração próxima de duas horas. Antes do inicio da reunião os Anciães mais novos que se faziam presentes se retiram permanecendo em Plenário apenas os anciães mais antigos e alguns novos de grande primazia entre eles.

Não foram tão afetuosos na recepção aos amigos, e pastores e presbíteros que permaneceram na recepção aguardando o desfecho da reunião. Por ser o local não muito amplo, e a quantidade de anciães presente ser razoável não se notou cordialidade, como um “boa-tarde” ou qualquer outro cumprimento, fato que casou certo desapontamento por quem esteve pela primeira vez.

Após a reunião o irmão Marcelo Ferreira, acompanhado do irmão Rogério Aguilar, ainda na recepção concedeu breves relatos a equipe do Portal CCB Online, dizendo que a reunião não foi da forma proposta pelo Ministério de Anciães, aplicando suas imposições, valendo-se do local e de suas dependências. Foram sustentadas, pelo Plenário algumas afirmações desta natureza, como: Não interessa ao nosso ministério o que o irmão tem à dizer...desde já nós anciães recusamos a ouvir suas declarações; ...Aqui quem fala somos nós...no demais, é obedecer e acatar nossos conselhos; Temos a revelação....seu trabalho não pode proceder do Espírito Santo,...porque nós não “SENTIMOS”.; este ministério é SOBERANO nas suas decisões...; “Ficamos com nossos ensinamentos e tradições...as demais igrejas evangélicas existem para que estes possam chegar até nós”.

O irmão Marcelo Ferreira disse que foi um tanto difícil concluir alguns pontos, tendo vista sucessivas interrupções provocadas pelos anciães e pelo ancião-presidente Jorge Couri. Os questionamentos e os pontos de reflexões apresentados pelo irmão Marcelo os chamavam para uma abordagem aos preceitos bíblicos, portanto não houve uma pré-disposição de todo o Plenário dar ênfase ao que Bíblia fundamenta, e sim pautar em Testemunhos e outras citações não cabíveis no contexto fático. O Ministério da CCB procurou desequilibrar, sendo um meio ardil para não se comprometerem em Plenário, e diante da realidade espiritual que atravessa toda a CCB, ou seja, uma Apostasia ( afastamento total das Escrituras Sagradas); como também, o dever de resposta a todos os membros da CCB frente aos pontos doutrinários controvertidos relatados pelo irmão Marcelo Ferreira, que portanto, face a Verdade que só as Escrituras Sagradas pode trazer os colocariam diante do dever Cristão de se humilhar, arrepender e pedir perdão.

Ao final, o Ministério da CCB impôs ao irmão Marcelo Ferreira as seguintes condições: a primeira pedia sua rendição à todo o trabalho, sendo, o livro, as participações de rádio, e outros meios de comunicação, além de deixar de freqüentar e pregar em outras denominações evangélicas, voltando tão somente a ser músico na CCB, sem o direito de ministração ou pregação da Palavra; e tendo como segunda condição ser declarado excluído em Plenário, desconstituído como membro da CCB, caso insistisse em prosseguir este trabalho. Estas imposições também foram dirigidas ao irmão Rogério Aguilar, sendo que ambos, certos de suas convicções declararam continuar a lutar pela causa que o Senhor Deus os tem chamado pelo poder do Espírito Santo.

O irmão Marcelo Ferreira fez a entrega em plenário do seu Pronunciamento por escrito contendo todos os apontamentos doutrinários a serem analisados, que remotamente serão respondidos pelo Ministério da CCB, o qual este ato configura daqui para frente um termômetro que irá traduzir o grau de comprometimento que este Ministério da CCB tem para com os seus membros e acima de tudo com a Palavra de Deus.


Apontamos para algumas providências que iriam sanar muitos dos problemas hoje vigentes em nosso meio:

Desfazer alteração do tópico 1.º dos Pontos de Doutrina e da Fé que uma vez foi dada aos santos, que constam no Estatuto, desde 1995, onde diz que a Bíblia contém a Palavra de Deus. Ela não contém, ela É a infalível Palavra de Deus,

Retirar o texto entitulado "Doutrinas", exposto na página 25 da edição unificada (livreto azul), referente a um dos tópicos da Reunião de Ensinamentos de 1948 que dizem:

“ No velho concerto havia três leis: Civil, Moral e Cerimonial e por suprema autoridade o sumo sacerdote. ...Os fiéis em Cristo, chamados a testemunhar o Evangelho a todas as nações tem que reconhecer autoridades e leis civis de qualquer nação”...
“...A lei cerimonial com as suas ordenanças foi cumprida com a oferta pura do Cordeiro de Deus ,...A lei moral é fruto da nova vida em Cristo Jesus...”

De acordo com este ensino, havia três leis, mas nem todas elas foram cumpridas.

A Bíblia ensina que a lei é uma só, não se encontra na Palavra de Deus tal divisão. Toda a lei foi cumprida, (...)(Gl 3:10,11; 4:4-5; Mt 5:18; Jo 19:30).
Quando um fariseu perguntou a Jesus qual era o maior mandamento da lei, Jesus não quis saber de qual lei (Mt 22:34-40), porque a lei é uma só.

A nova aliança tem uma lei própria: a lei de Cristo ou a lei do Espírito (Rm 3:27; 8:2; 1Co 9:21; Gl 6:2). E é justamente nessa lei e no cumprimento dos seus mandamentos que andamos.
Quando veio a nova lei, a velha já havia cumprido seu propósito e não era mais necessária, por isso foi removida (Hb 8:6-13; 10:1-18, 2Co 3:11).

Dizer que Cristo cumpriu apenas parte da lei é afirmar que sua obra foi incompleta. As afirmações desse tópico das Reuniões de 1948 são simplesmente antibíblicas. É inconcebível que um tópico de ensinamento como este permaneça por tantos anos em uma igreja cristã.

- Cessar o Rebatismo de crentes oriundos de outras denominações sérias que possuem uma confissão de fé genuinamente cristã, sendo ensinado à irmandade da Congregação Cristã que, quando algum crente de outra denominação evangélica migrar para a Congregação, não será exigido deste, que se batize novamente, para que possa ser considerado irmão ou exerça liberdade de tomar ceia, orar, testemunhar e chamar um hino. Este batismo efetuado em outra denominação evangélica genuína, será aceito se obedecer a ordenança bíblica do Senhor Jesus em Mateus 28:19. O Rebatismo de quem já foi batizado conforme a Palavra constitui uma heresia. Há um só batismo conforme Efésios 4:5 e Romanos 6:3-4.

- Rever o ensinamento da Congregação Cristã de que o batismo purifica o homem do pecado, pois tal afirmação, no entanto, não tem base bíblica. O texto de 1João 1.7 lança por terra tamanha contradição:

“...e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho nos purifica de todo pecado”.

A Bíblia deixa bem clara essa questão: o que nos purifica é somente o sangue de Jesus Cristo. Lemos, em Marcos 16.16:

“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.

Não é dito que quem não crer e não for batizado será condenado, mas apenas que quem não crer.
Pregar o batismo salvífico é pregar outro evangelho (Gl 1.6-9; At 15.11; Rm 1.17; 2Co 11.4). Quem regenera é o Espírito Santo, quando a pessoa se arrepende de seus pecados e crê em Jesus (Tt 3.5-7; 1Pe 1.18).
O batismo não lava pecados, somente o sangue de Cristo (1Jo 1.7; Ap 1.5; 5.9,10).

- Ensinar a querida irmandade que a Congregação Cristã no Brasil é uma igreja cristã, na qual opera a Graça de Deus como em outras denominações genuinamente cristãs. Não sendo correto chamar a Congregação Cristã de "Graça de Deus" ou "esta Graça", pois a Graça de Deus não é a Congregação Cristã ou qualquer outra denominação evangélica, mas sim a Obra Redentora realizada pelo Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário em favor de todo aquele que Nele crê (Jo 3:16). Graça é o favor imerecido de Deus não uma denominação ou instituição religiosa.
Também a não chamar a Congregação Cristã de "caminho", pois o único caminho que conduz a salvação segundo a Bíblia nos ensina é o Senhor Jesus (Jo 14:6).

- Que os demais evangélicos sejam reconhecidos como irmãos apesar de suas diferenças culturais e de liturgia de culto. A Palavra de Deus ensina que a todos que receberam a Cristo como seu Salvador, foi-lhes dado o poder de serem feitos filhos de Deus, irmãos em Cristo, independente de qual denominação evangélica pertençam (Jo 1:12; Rm 8:14; 1 Jo 3:1). Tal exemplo vemos nas igrejas da Ásia descritas em Apocalipse (Ap 2:1 a 3:22). Lembrá-los para nunca mais chamá-los de seitários ou outros nomes pejorativos.

- Não pregar contra o ministério dos pastores, pois apesar de não adotar-mos tal ministério, o mesmo é bíblico (Jr 3:15, Jr 23:4, Ef 4:11, Hb 13:7)

- Não pregar contra Estudo Bíblico ou Teológico, pois além do membro exercer sua liberdade de escolha, a Bíblia aponta para a necessidade de examiná-la, ou seja estudá-la para ser melhor usado pelo Espírito Santo (Js 1:8, Jo 5:39, 1Tm 4:13, 2Tm 2:15, 2Tm 4:13). Lembremos que o apóstolo Paulo, foi doutor da Lei, possuía extremo preparo nas Escrituras Sagradas, além de conhecedor profundo das culturas judaica, grega e romana.

- Estabelecer ensino das Escrituras Sagradas nas Congregações em forma de Escola Bíblica, ou Culto de Ensinamentos e Doutrinas, classificado em crianças, jovens e adultos. Tais estudos sempre foram adotados na Congregação Cristã de Chicago, onde pertenceu como membro o irmão Louis Francescon, nas igrejas do movimento pentecostal italiano, como nas demais igrejas cristãs. Isto ajudaria e muito a se manter uma única compreensão doutrinária dentre toda a irmandade e Ministério.

- Explicar o que são Doutrinas Bíblicas, que são as bases do Cristianismo, e o que são usos e costumes,

- Que os tópicos de ensinamentos sejam publicados e acessíveis a toda a irmandade,
- Quanto ao adultério e a fornicação, por pior que sejam estes pecado, não podem ser considerados pecado de morte sem perdão. Pois não existe base bíblica para tal afirmação, havendo na Bíblia relatos de que mediante o arrependimento e abandono de tal prática pecaminosa Deus concede perdão, como no caso da mulher adúltera (Jo 8:1-11, 1 Jo 1:7-10).
O pecado de morte, sem perdão, refere-se a blasfêmia contra o Espírito Santo, que é atribuir conscientemente a satanás uma Obra realizada por Deus (Mt 12:31-32).

- Incentivar a irmandade da Congregação Cristã e treiná-los para o exercício de missões. Quando esta se der, não praticar proselitismo e disputar o campo já ocupado por igrejas genuinamente cristãs (At 15:20-21). Independente de possuir cargos eclesiásticos, todos podem participar, pois a grande comissão de Jesus (Mt 28:19) é para toda a Igreja de Cristo, não somente a uma classe especial; porém é trabalho da igreja prepará-los e dar-lhes retaguarda nestas missões.

- Investir incansavelmente na busca pelos parados na fé, tratando-os com amor que convém a nossa condição, lhes mostrando que em Jesus Cristo há uma chance de restauração e purificação dos pecados (1Jo 1:7-10). O Senhor mesmo disse:

“Todo o que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6:37).

Muitos por se sentirem desprezados e perdendo sua liberdade nos cultos tem sido alvo de grupos não cristãos e sucumbem a doutrinas de demônios, pois devido ao estado de aflição, muitos agarram-se a qualquer coisa. Não é necessário falar dos milhares de nossos irmãos que foram parar na sarjeta, ficaram depressivos, tiveram suas vidas destruídas pelo desprezo e até cometeram suicídio.
É necessário se estabelecer um acompanhamento sério nos casos de transgressões e pecados, tratando-os com misericórdia e, no caso de aplicação de disciplina, os tais sejam acompanhados com amor cristão para que possam ser, mediante arrependimento sincero, reintegrados a comunhão da igreja sem discriminação. E que se busque muita guia de Deus para não se abater as almas lavadas e remidas pelo precioso sangue expiador do Senhor Jesus.

1 - O que segue não é um problema doutrinário, ou algo que venha a ferir as Escrituras Sagradas, mas de consciência:
Refletir na possibilidade de passar a servir um dos dois elementos da Santa Ceia, o vinho, em cálices individuais e descartáveis. Respeitamos a atual forma de servi-la na Congregação Cristã, utilizando um único cálice, mas não podemos esquecer que o fato de centenas, às vezes milhares de irmãos, participarem de um mesmo cálice, põe em risco a integridade física de seus membros, pois a possibilidade de contaminação por alguma doença infecto-contagiosa é extrema.
Sabemos que o Senhor é Poderoso para nos livrar e guardar de tais males, mas temos que encontrar um equilíbrio, de acordo com as Escrituras Sagradas. Estas nos apontam em Mateus 26:27, Marcos 14:23 , 1Coríntios 11:28 que temos que tomar "dele" (o cálice), e segundo Lucas 22:17 reparti-lo entre nós, não necessariamente "nele". Não há problema doutrinário em pegar de um cálice principal e repartir em demais cálices para serem servidos aos nossos irmãos. Já é corrente entre o Ministério que muitos da irmandade já não aceitam esta forma de servir o vinho da Santa Ceia, tendo dificuldade em colocar sua boca num recipiente compartilhado por centenas de irmãos. Não podemos também desconsiderar, que a qualquer momento podemos ser alvo da intervenção de autoridades sanitárias governamentais.

Edição:M.L.Vitor
Arquivo/PortalCCB/032008