Carta de Pronunciamento de Marcelo Ferreira, autor do Livro Por Trás do Véu, em reunião ministerial de Anciães em Plenário na Congregação Cristã no Brasil, Brás, em São Paulo.
Marcelo Ferreira da Silva, membro da Congregação Cristã no Brasil, tendo como sua comum congregação, Barra Funda, setor Bom Retiro; batizado em 15 de Julho de 1995 e oficializado músico em 02 de Novembro de 2002,
"Ao Conselho de Anciães da Congregação Cristã no Brasil
Graça e Paz, da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo,
Prezados e amados irmãos em Cristo
Agradeço o nobre convite efetuado pelos senhores através do ancião do meu setor, o caro irmão Joel Bagnato; este expresso através de ligação telefônica no dia 26 de Fevereiro de 2008, as 9:26 hs para participar da Reunião do Ministério. Onde segundo fui informado, os anciães gostariam de me ouvir, devido a repercussão ocasionada sobre o trabalho que executo participando do programa de rádio Crescendo na Fé (Musical FM 105,7 - SP), também pelo lançamento do livro Por trás do Véu, de minha autoria.
Antes de prosseguir gostaria de expor algo importante para uma melhor compreensão do trabalho que estou executando, em função do chamado de Deus em minha vida.
Desde garoto, sempre fui atraído pela Bíblia Sagrada e pelo conhecimento bíblico, pois para mim não havia nem há nada maior que a Palavra de Deus. Em 1997,com dois anos de batizado nesta denominação, me interessei pela história da Congregação Cristã no Brasil e no mundo. Uma obra tão próspera, certamente teria um legado de lutas e vitórias maravilhosas para engrandecimento do nome do Senhor e quis conhecê-las.
Me deparei com fatos históricos e testemunhos de fé que me trouxeram muita alegria, pois tais fatos eram semelhantes aos enfrentados por nossos irmãos do passado, no início do Cristianismo.
Tenho aprendido do Senhor, através da ministração de Sua Palavra nas Congregações e são inumeráveis suas bênçãos dispensadas em minha vida por sua Palavra.
Mas os anos passam e o crente amadurece, cresce na Graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 3:18), e passa através dos dons recebidos na igreja, dentre eles o discernimento, a compreender cada dia mais a vontade de Deus em sua vida. Assim se deu comigo.
Em 2002 começava a perceber que haviam certas atitudes e ensinamentos em nosso meio que não eram apontados pelas Cartas apostólicas e não fizeram parte das palavras ditas pelo Senhor Jesus. Percebi que tais atitudes, reforçadas pelo apoio ministerial, apontavam para tradições próprias, opostas ao Cristianismo bíblico e histórico. O que fazer ?
Decidi buscar a guia do Espírito Santo e ler as Bíblia Sagrada com santa meditação, a fim de receber de Deus luz para o meu caminho e entendimento.(Sl 119:105).
Recolhia, guardava e analisava tudo relacionado a minha querida Congregação, sempre mantendo o cuidado para não ser levado por opiniões próprias, mas sendo pautado na Bíblia Sagrada.
Dentre tais documentos, os próprios produzidos por minha igreja, hoje unificados em uma só edição, o "livreto azul", que contém o histórico da Congregação Cristã, o Resumo da Convenção de 1936, Reuniões de Ensinamentos de 1948, os Pontos de Doutrina da Fé que uma vez foi dada aos santos, o Histórico da Obra de Deus e Mensagens.
Bíblia + História + Pesquisa + Bíblia novamente, me deram um parâmetro da real situação de minha querida e estimada Congregação Cristã. Silêncio, lágrimas, decepção, tristeza. Não conseguia raciocinar na possibilidade de que tudo que havia descoberto seria real. Além disso, muito do que já havia ouvido nas congregações, colaborava para um único entendimento: Algo de estranho ao Cristianismo, adentrou sutilmente esta maravilhosa obra e contaminando sua compreensão face as Bíblia Sagrada, ocasionou a perca do primeiro amor em muitos irmãos da Congregação Cristã, como aconteceu aos irmãos de Éfeso(Ap 2:4).
Nunca perdi a fé, pois sabia e sei, que o Senhor está no controle de tudo e ouve a oração dos santos. Sei também que ele ama a Congregação Cristã no Brasil e se faz presente alimentando seu povo através de Sua Palavra, onde ouvi mensagens veementes do Espírito Santo corrigindo e alertando para esta atual situação de nossa igreja. Então, o que estava acontecendo conosco, pois o problema não foi e jamais seria em Deus. Lamentavelmente estávamos endurecidos em nosso próprio entendimento. Mesmo assim, continuei acreditar no Senhor Jesus e Ele me libertou completamente das tradições e convenções para ficar somente com Sua Santa Palavra (Jo 8:32-36).
Senti um chamado de Deus para fazer algo que contribuísse para o resgate de nossas origens e não me retive em obedecer. Não podia mais ver meus amados irmãos da Congregação Cristã, tão esforçados, tão sinceros em sua fé, carregando o fardo do legalismo e do farisaísmo assimilados ao longo de décadas por ensinamentos contraditórios as Escrituras Sagradas; práticas estas combatidas tantas vezes pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 23:1-39).
Possuía muito material publicado, escrito e relatado, que o Senhor havia permitido chegar as minhas mãos, dentre estes, 26 cartas originais do próprio irmão ancião Louis Francescon, escritas a um irmão do Brasil.
Desejava expô-los em forma de algo que contribuísse com o meu povo da Congregação, mas como ?
Em 2006 buscando o conselho da Palavra de Deus na Congregação do Brás, o Senhor, através de Sua Palavra me confirmou: para que eu fosse adiante em meu projeto pois Ele seria comigo, e aquilo que entristecia a muitos irmãos, Deus removeria custe o que custasse, faria uma reviravolta dentro da Congregação Cristã para o bem da Obra de Deus. Não havia mais dúvidas, o Espírito Santo está a frente deste trabalho, pelo amor aos homens e mulheres de Deus membros da Congregação Cristã.
Em seguida, Deus abriu a porta do programa Crescendo na Fé, o qual a convite da direção do programa, participei pela primeira vez em 06 de Novembro de 2006. Neste célebre programa evangélico, composto por homens de Deus que defendem o Cristianismo Bíblico, temos a oportunidade de transmitir a querida irmandade da Congregação Cristã que nos ouve e demais irmãos em Cristo de outras denominações, esclarecimentos de dúvidas sobre a Bíblia Sagrada e suas doutrinas.
Questionado pelo ancião do meu setor em Novembro de 2006 por tal participação, transmiti-lhe o meu parecer e pedi que repassasse ao Conselho de Anciães, sugerindo uma reflexão sobre algumas atitudes praticadas por nossa igreja. A resposta que recebi em poucos dias, através do mesmo ancião, foi que eles, os anciães, permaneceriam com as convenções e tradições. Respondi ao caro irmão que eu permaneceria com a Bíblia Sagrada. Desde então, não mais fui contactado até o presente convite.
Logo após, veio a publicação do livro "Por trás do Véu" em Janeiro de 2008. Livro este que com muita propriedade aborda o início do pentecostalismo no Brasil com a chegada da Congregação Cristã , sua história, seu progresso e suas características, contribuindo para a história do Cristianismo no Brasil, apesar de suas diferenças. Além de tudo, um trabalho dedicado a Deus.
Sempre participei abertamente do programa e jamais me pronunciei como falando em nome da Congregação Cristã, mas sempre como membro, que em exercício da sua liberdade em Cristo e como cidadão brasileiro, tem a liberdade de expressar seus pensamentos, em meu caso, na defesa da ética e fé cristãs. Saliento também que as respostas e os posicionamentos expressos por mim no programa de rádio citado, foram muitas vezes atendendo a centenas de irmãos da Congregação Cristã, ouvintes do programa que procuravam serem esclarecidos em questões bíblicas e sobre sua denominação. Apesar destas respostas serem muitas vezes severas, em virtude da necessidade de sempre manter a ética cristã, reservaram-se somente ao campo das idéias, jamais se referindo a pessoas.
Apenas estou fazendo aquilo que o Espírito Santo me guiou a fazer, tendo a certeza da fiel recompensa que Jesus me dará em Seu Reino e cumprindo como fiel discípulo de Cristo o chamado de meu Mestre.
Há um caminho de volta; o Senhor Jesus espera dos amados irmãos da Congregação Cristã, uma reflexão urgente sobre algumas posturas adotadas em relação às Escrituras Sagradas.
Que os irmãos do prezado Conselho de Anciães da Congregação Cristã no Brasil, representantes do ministério em geral e órgão humanamente supremo desta denominação, o qual estimamos apesar das diferenças que por hora temos, debaixo do temor e do amor do Senhor, possam refletir com humildade sobre tais posturas contrárias as Escrituras Sagradas hoje praticados em forma de tradição, cultura oral e doutrina por nosso povo. Alguns expressos em literatura própria da Congregação Cristã. Práticas estas que, com sabedoria do alto precisam ser erradicadas imediatamente para não continuarmos em tais tradições que invalidam o Mandamento de Deus (Mt 5:6) e fazem separação no Corpo de Cristo.
Apontamos para algumas providências que iriam sanar muitos dos problemas hoje vigentes em nosso meio:
- Desfazer alteração do tópico 1.º dos Pontos de Doutrina e da Fé que uma vez foi dada aos santos, que constam no Estatuto, desde 1995, onde diz que a Bíblia contém a Palavra de Deus. Ela não contém, ela É a infalível Palavra de Deus,
- Retirar o texto entitulado "Doutrinas", exposto na página 25 da edição unificada (livreto azul), referente a um dos tópicos da Reunião de Ensinamentos de 1948 que dizem:
“ No velho concerto havia três leis: Civil, Moral e Cerimonial e por suprema autoridade o sumo sacerdote. ...Os fiéis em Cristo, chamados a testemunhar o Evangelho a todas as nações tem que reconhecer autoridades e leis civis de qualquer nação”...
“...A lei cerimonial com as suas ordenanças foi cumprida com a oferta pura do Cordeiro de Deus ,...A lei moral é fruto da nova vida em Cristo Jesus...”
De acordo com este ensino, havia três leis, mas nem todas elas foram cumpridas.
A Bíblia ensina que a lei é uma só, não se encontra na Palavra de Deus tal divisão. Toda a lei foi cumprida, inclusive a lei moral, pois Cristo viveu uma vida moralmente impecável (Gl 3:10,11; 4:4-5; Mt 5:18; Jo 19:30).
Quando um fariseu perguntou a Jesus qual era o maior mandamento da lei, Jesus não quis saber de qual lei (Mt 22:34-40), porque a lei é uma só.
A nova aliança tem uma lei própria: a lei de Cristo ou a lei do Espírito (Rm 3:27; 8:2; 1Co 9:21; Gl 6:2). E é justamente nessa lei e no cumprimento dos seus mandamentos que andamos.
Quando veio a nova lei, a velha já havia cumprido seu propósito e não era mais necessária, por isso foi removida (Hb 8:6-13; 10:1-18, 2Co 3:11).
Dizer que Cristo cumpriu apenas parte da lei é afirmar que sua obra foi incompleta. As afirmações desse tópico das Reuniões de 1948 são simplesmente antibíblicas. É inconcebível que um tópico de ensinamento como este permaneça por tantos anos em uma igreja cristã.
- Cessar o Rebatismo de crentes oriundos de outras denominações sérias que possuem uma confissão de fé genuinamente cristã, sendo ensinado à irmandade da Congregação Cristã que, quando algum crente de outra denominação evangélica migrar para a Congregação, não será exigido deste, que se batize novamente, para que possa ser considerado irmão ou exerça liberdade de tomar ceia, orar, testemunhar e chamar um hino. Este batismo efetuado em outra denominação evangélica genuína, será aceito se obedecer a ordenança bíblica do Senhor Jesus em Mateus 28:19. O Rebatismo de quem já foi batizado conforme a Palavra constitui uma heresia. Há um só batismo conforme Efésios 4:5 e Romanos 6:3-4.
- Rever o ensinamento da Congregação Cristã de que o batismo purifica o homem do pecado, pois tal afirmação, no entanto, não tem base bíblica. O texto de 1João 1.7 lança por terra tamanha contradição:
“...e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho nos purifica de todo pecado”.
A Bíblia deixa bem clara essa questão: o que nos purifica é somente o sangue de Jesus Cristo. Lemos, em Marcos 16.16:
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.
Não é dito que quem não crer e não for batizado será condenado, mas apenas que quem não crer.
Pregar o batismo salvífico é pregar outro evangelho (Gl 1.6-9; At 15.11; Rm 1.17; 2Co 11.4). Quem regenera é o Espírito Santo, quando a pessoa se arrepende de seus pecados e crê em Jesus (Tt 3.5-7; 1Pe 1.18).
O batismo não lava pecados, somente o sangue de Cristo (1Jo 1.7; Ap 1.5; 5.9,10).
- Ensinar a querida irmandade que a Congregação Cristã no Brasil é uma igreja cristã, na qual opera a Graça de Deus como em outras denominações genuinamente cristãs. Não sendo correto chamar a Congregação Cristã de "Graça de Deus" ou "esta Graça", pois a Graça de Deus não é a Congregação Cristã ou qualquer outra denominação evangélica, mas sim a Obra Redentora realizada pelo Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário em favor de todo aquele que Nele crê (Jo 3:16). Graça é o favor imerecido de Deus não uma denominação ou instituição religiosa.
Também a não chamar a Congregação Cristã de "caminho", pois o único caminho que conduz a salvação segundo a Bíblia nos ensina é o Senhor Jesus (Jo 14:6).
- Que os demais evangélicos sejam reconhecidos como irmãos apesar de suas diferenças culturais e de liturgia de culto. A Palavra de Deus ensina que a todos que receberam a Cristo como seu Salvador, foi-lhes dado o poder de serem feitos filhos de Deus, irmãos em Cristo, independente de qual denominação evangélica pertençam (Jo 1:12; Rm 8:14; 1 Jo 3:1). Tal exemplo vemos nas igrejas da Ásia descritas em Apocalipse (Ap 2:1 a 3:22). Lembrá-los para nunca mais chamá-los de seitários ou outros nomes pejorativos.
- Não pregar contra o ministério dos pastores, pois apesar de não adotar-mos tal ministério, o mesmo é bíblico (Jr 3:15, Jr 23:4, Ef 4:11, Hb 13:7)
- Não pregar contra Estudo Bíblico ou Teológico, pois além do membro exercer sua liberdade de escolha, a Bíblia aponta para a necessidade de examiná-la, ou seja estudá-la para ser melhor usado pelo Espírito Santo (Js 1:8, Jo 5:39, 1Tm 4:13, 2Tm 2:15, 2Tm 4:13). Lembremos que o apóstolo Paulo, foi doutor da Lei, possuía extremo preparo nas Escrituras Sagradas, além de conhecedor profundo das culturas judaica, grega e romana.
- Estabelecer ensino das Escrituras Sagradas nas Congregações em forma de Escola Bíblica, ou Culto de Ensinamentos e Doutrinas, classificado em crianças, jovens e adultos. Tais estudos sempre foram adotados na Congregação Cristã de Chicago, onde pertenceu como membro o irmão Louis Francescon, nas igrejas do movimento pentecostal italiano, como nas demais igrejas cristãs. Isto ajudaria e muito a se manter uma única compreensão doutrinária dentre toda a irmandade e Ministério.
- Explicar o que são Doutrinas Bíblicas, que são as bases do Cristianismo, e o que são usos e costumes,
- Que os tópicos de ensinamentos sejam publicados e acessíveis a toda a irmandade,
- Quanto ao adultério e a fornicação, por pior que sejam estes pecado, não podem ser considerados pecado de morte sem perdão. Pois não existe base bíblica para tal afirmação, havendo na Bíblia relatos de que mediante o arrependimento e abandono de tal prática pecaminosa Deus concede perdão, como no caso da mulher adúltera (Jo 8:1-11, 1 Jo 1:7-10).
O pecado de morte, sem perdão, refere-se a blasfêmia contra o Espírito Santo, que é atribuir conscientemente a satanás uma Obra realizada por Deus (Mt 12:31-32).
- Incentivar a irmandade da Congregação Cristã e treiná-los para o exercício de missões. Quando esta se der, não praticar proselitismo e disputar o campo já ocupado por igrejas genuinamente cristãs (At 15:20-21). Independente de possuir cargos eclesiásticos, todos podem participar, pois a grande comissão de Jesus (Mt 28:19) é para toda a Igreja de Cristo, não somente a uma classe especial; porém é trabalho da igreja prepará-los e dar-lhes retaguarda nestas missões.
- Investir incansavelmente na busca pelos parados na fé, tratando-os com amor que convém a nossa condição, lhes mostrando que em Jesus Cristo há uma chance de restauração e purificação dos pecados (1Jo 1:7-10). O Senhor mesmo disse:
“Todo o que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6:37).
Muitos por se sentirem desprezados e perdendo sua liberdade nos cultos tem sido alvo de grupos não cristãos e sucumbem a doutrinas de demônios, pois devido ao estado de aflição, muitos agarram-se a qualquer coisa. Não é necessário falar dos milhares de nossos irmãos que foram parar na sarjeta, ficaram depressivos, tiveram suas vidas destruídas pelo desprezo e até cometeram suicídio.
É necessário se estabelecer um acompanhamento sério nos casos de transgressões e pecados, tratando-os com misericórdia e, no caso de aplicação de disciplina, os tais sejam acompanhados com amor cristão para que possam ser, mediante arrependimento sincero, reintegrados a comunhão da igreja sem discriminação. E que se busque muita guia de Deus para não se abater as almas lavadas e remidas pelo precioso sangue expiador do Senhor Jesus.
O que segue não é um problema doutrinário, ou algo que venha a ferir as Escrituras Sagradas, mas de consciência:
Refletir na possibilidade de passar a servir um dos dois elementos da Santa Ceia, o vinho, em cálices individuais e descartáveis. Respeitamos a atual forma de servi-la na Congregação Cristã, utilizando um único cálice, mas não podemos esquecer que o fato de centenas, às vezes milhares de irmãos, participarem de um mesmo cálice, põe em risco a integridade física de seus membros, pois a possibilidade de contaminação por alguma doença infecto-contagiosa é extrema.
Sabemos que o Senhor é Poderoso para nos livrar e guardar de tais males, mas temos que encontrar um equilíbrio, de acordo com as Escrituras Sagradas. Estas nos apontam em Mateus 26:27, Marcos 14:23 , 1Coríntios 11:28 que temos que tomar "dele" (o cálice), e segundo Lucas 22:17 reparti-lo entre nós, não necessariamente "nele". Não há problema doutrinário em pegar de um cálice principal e repartir em demais cálices para serem servidos aos nossos irmãos. Já é corrente entre o Ministério que muitos da irmandade já não aceitam esta forma de servir o vinho da Santa Ceia, tendo dificuldade em colocar sua boca num recipiente compartilhado por centenas de irmãos. Não podemos também desconsiderar, que a qualquer momento podemos ser alvo da intervenção de autoridades sanitárias governamentais.
Enfim, muitos de nossos irmãos, esperam uma reflexão e oram para que os servos de Deus, os anciães, sejam guiados pelo Espírito Santo e não vejam este comunicado, exposto com humildade e sentimento cristão, como um ato de rebeldia, cisão, afronta ou desvario. Nem tratem como um caso isolado, pois muitos no passado e recentemente já foram usados para lhes transmitir algo da parte de Deus. Nosso trabalho é mais uma ferramenta do Senhor para uma reflexão nos conceitos atuais da Congregação Cristã no Brasil.
A Congregação Cristã tem uma identidade única, a qual respeitamos, mas precisa ser aperfeiçoada, pelo poder restaurador do Espírito Santo. É preciso rever suas posições e refletir em quanto deixamos de participar em nosso país, face as grandes necessidades que enfrentamos, onde ela como agência missionária do Reino de Deus poderia exercer uma grande influência, maior que a atual, para o progresso cada vez maior do Evangelho em nossa nação e no mundo. Não estou falando em ecumenismo, jamais, falo em cooperação cristã, respeitando, amando e auxiliando quando possível, os demais grupos do Corpo de Cristo. Nossa querida Congregação Cristã, apesar de suas particularidades, tem muito a compartilhar com a Igreja de Cristo.
Lembremos que Deus concedeu aos caros ministros da Congregação Cristã uma mordomia, que precisa ser conduzida única e exclusivamente pela Palavra de Deus, sem intervenção de novas revelações que a contradizem. O apóstolo Paulo nos advertiu na 1.ª Carta ao Coríntios, cap. 4, vv. 6:
"E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós, para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um, contra outro."
Desta mordomia e talentos confiados, será pedido contas quando se manifestar o Senhor Jesus Cristo em sua glória (Mt 25:14-30).
Os tempos apontam para o retorno do Mestre a qualquer momento, para arrebatar sua Igreja e galardoá-la. Que não seja o caso, que alguns dentre nós, por dureza de coração, enfrente o Tribunal de Cristo (1Co 3:13-15; 2Co 5:10)e vejam suas obras serem queimadas como palha pelo fogo, ou pior, não subir com Cristo, passar pela Tribulação que há de vir ao mundo e pela opressão do anticristo. Sem contar com a terrível possibilidade de perecer e enfrentar o Juízo Final, onde não haverá mais chance, só restando ser condenado e lançado no lago de fogo, lugar de trevas, onde haverá pranto e ranger de dentes (Mt 22:13; Ap. 20:11-15).
Aguardo em nome de todos os irmãos da Congregação Cristã, que esperam uma reflexão dos amados irmãos em Cristo, uma resposta a este documento, orando por vós, certo da providência Divina no coração dos que se inclinam a voz do Espírito Santo através de Sua Palavra (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22; ).
Certo da missão que o Senhor me confiou,
Sinceramente em Cristo, pela Graça Suficiente,
Vosso irmão na fé que uma vez foi dada aos santos,
Marcelo Ferreira da Silva"
"Ao Conselho de Anciães da Congregação Cristã no Brasil
Graça e Paz, da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo,
Prezados e amados irmãos em Cristo
Agradeço o nobre convite efetuado pelos senhores através do ancião do meu setor, o caro irmão Joel Bagnato; este expresso através de ligação telefônica no dia 26 de Fevereiro de 2008, as 9:26 hs para participar da Reunião do Ministério. Onde segundo fui informado, os anciães gostariam de me ouvir, devido a repercussão ocasionada sobre o trabalho que executo participando do programa de rádio Crescendo na Fé (Musical FM 105,7 - SP), também pelo lançamento do livro Por trás do Véu, de minha autoria.
Antes de prosseguir gostaria de expor algo importante para uma melhor compreensão do trabalho que estou executando, em função do chamado de Deus em minha vida.
Desde garoto, sempre fui atraído pela Bíblia Sagrada e pelo conhecimento bíblico, pois para mim não havia nem há nada maior que a Palavra de Deus. Em 1997,com dois anos de batizado nesta denominação, me interessei pela história da Congregação Cristã no Brasil e no mundo. Uma obra tão próspera, certamente teria um legado de lutas e vitórias maravilhosas para engrandecimento do nome do Senhor e quis conhecê-las.
Me deparei com fatos históricos e testemunhos de fé que me trouxeram muita alegria, pois tais fatos eram semelhantes aos enfrentados por nossos irmãos do passado, no início do Cristianismo.
Tenho aprendido do Senhor, através da ministração de Sua Palavra nas Congregações e são inumeráveis suas bênçãos dispensadas em minha vida por sua Palavra.
Mas os anos passam e o crente amadurece, cresce na Graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 3:18), e passa através dos dons recebidos na igreja, dentre eles o discernimento, a compreender cada dia mais a vontade de Deus em sua vida. Assim se deu comigo.
Em 2002 começava a perceber que haviam certas atitudes e ensinamentos em nosso meio que não eram apontados pelas Cartas apostólicas e não fizeram parte das palavras ditas pelo Senhor Jesus. Percebi que tais atitudes, reforçadas pelo apoio ministerial, apontavam para tradições próprias, opostas ao Cristianismo bíblico e histórico. O que fazer ?
Decidi buscar a guia do Espírito Santo e ler as Bíblia Sagrada com santa meditação, a fim de receber de Deus luz para o meu caminho e entendimento.(Sl 119:105).
Recolhia, guardava e analisava tudo relacionado a minha querida Congregação, sempre mantendo o cuidado para não ser levado por opiniões próprias, mas sendo pautado na Bíblia Sagrada.
Dentre tais documentos, os próprios produzidos por minha igreja, hoje unificados em uma só edição, o "livreto azul", que contém o histórico da Congregação Cristã, o Resumo da Convenção de 1936, Reuniões de Ensinamentos de 1948, os Pontos de Doutrina da Fé que uma vez foi dada aos santos, o Histórico da Obra de Deus e Mensagens.
Bíblia + História + Pesquisa + Bíblia novamente, me deram um parâmetro da real situação de minha querida e estimada Congregação Cristã. Silêncio, lágrimas, decepção, tristeza. Não conseguia raciocinar na possibilidade de que tudo que havia descoberto seria real. Além disso, muito do que já havia ouvido nas congregações, colaborava para um único entendimento: Algo de estranho ao Cristianismo, adentrou sutilmente esta maravilhosa obra e contaminando sua compreensão face as Bíblia Sagrada, ocasionou a perca do primeiro amor em muitos irmãos da Congregação Cristã, como aconteceu aos irmãos de Éfeso(Ap 2:4).
Nunca perdi a fé, pois sabia e sei, que o Senhor está no controle de tudo e ouve a oração dos santos. Sei também que ele ama a Congregação Cristã no Brasil e se faz presente alimentando seu povo através de Sua Palavra, onde ouvi mensagens veementes do Espírito Santo corrigindo e alertando para esta atual situação de nossa igreja. Então, o que estava acontecendo conosco, pois o problema não foi e jamais seria em Deus. Lamentavelmente estávamos endurecidos em nosso próprio entendimento. Mesmo assim, continuei acreditar no Senhor Jesus e Ele me libertou completamente das tradições e convenções para ficar somente com Sua Santa Palavra (Jo 8:32-36).
Senti um chamado de Deus para fazer algo que contribuísse para o resgate de nossas origens e não me retive em obedecer. Não podia mais ver meus amados irmãos da Congregação Cristã, tão esforçados, tão sinceros em sua fé, carregando o fardo do legalismo e do farisaísmo assimilados ao longo de décadas por ensinamentos contraditórios as Escrituras Sagradas; práticas estas combatidas tantas vezes pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 23:1-39).
Possuía muito material publicado, escrito e relatado, que o Senhor havia permitido chegar as minhas mãos, dentre estes, 26 cartas originais do próprio irmão ancião Louis Francescon, escritas a um irmão do Brasil.
Desejava expô-los em forma de algo que contribuísse com o meu povo da Congregação, mas como ?
Em 2006 buscando o conselho da Palavra de Deus na Congregação do Brás, o Senhor, através de Sua Palavra me confirmou: para que eu fosse adiante em meu projeto pois Ele seria comigo, e aquilo que entristecia a muitos irmãos, Deus removeria custe o que custasse, faria uma reviravolta dentro da Congregação Cristã para o bem da Obra de Deus. Não havia mais dúvidas, o Espírito Santo está a frente deste trabalho, pelo amor aos homens e mulheres de Deus membros da Congregação Cristã.
Em seguida, Deus abriu a porta do programa Crescendo na Fé, o qual a convite da direção do programa, participei pela primeira vez em 06 de Novembro de 2006. Neste célebre programa evangélico, composto por homens de Deus que defendem o Cristianismo Bíblico, temos a oportunidade de transmitir a querida irmandade da Congregação Cristã que nos ouve e demais irmãos em Cristo de outras denominações, esclarecimentos de dúvidas sobre a Bíblia Sagrada e suas doutrinas.
Questionado pelo ancião do meu setor em Novembro de 2006 por tal participação, transmiti-lhe o meu parecer e pedi que repassasse ao Conselho de Anciães, sugerindo uma reflexão sobre algumas atitudes praticadas por nossa igreja. A resposta que recebi em poucos dias, através do mesmo ancião, foi que eles, os anciães, permaneceriam com as convenções e tradições. Respondi ao caro irmão que eu permaneceria com a Bíblia Sagrada. Desde então, não mais fui contactado até o presente convite.
Logo após, veio a publicação do livro "Por trás do Véu" em Janeiro de 2008. Livro este que com muita propriedade aborda o início do pentecostalismo no Brasil com a chegada da Congregação Cristã , sua história, seu progresso e suas características, contribuindo para a história do Cristianismo no Brasil, apesar de suas diferenças. Além de tudo, um trabalho dedicado a Deus.
Sempre participei abertamente do programa e jamais me pronunciei como falando em nome da Congregação Cristã, mas sempre como membro, que em exercício da sua liberdade em Cristo e como cidadão brasileiro, tem a liberdade de expressar seus pensamentos, em meu caso, na defesa da ética e fé cristãs. Saliento também que as respostas e os posicionamentos expressos por mim no programa de rádio citado, foram muitas vezes atendendo a centenas de irmãos da Congregação Cristã, ouvintes do programa que procuravam serem esclarecidos em questões bíblicas e sobre sua denominação. Apesar destas respostas serem muitas vezes severas, em virtude da necessidade de sempre manter a ética cristã, reservaram-se somente ao campo das idéias, jamais se referindo a pessoas.
Apenas estou fazendo aquilo que o Espírito Santo me guiou a fazer, tendo a certeza da fiel recompensa que Jesus me dará em Seu Reino e cumprindo como fiel discípulo de Cristo o chamado de meu Mestre.
Há um caminho de volta; o Senhor Jesus espera dos amados irmãos da Congregação Cristã, uma reflexão urgente sobre algumas posturas adotadas em relação às Escrituras Sagradas.
Que os irmãos do prezado Conselho de Anciães da Congregação Cristã no Brasil, representantes do ministério em geral e órgão humanamente supremo desta denominação, o qual estimamos apesar das diferenças que por hora temos, debaixo do temor e do amor do Senhor, possam refletir com humildade sobre tais posturas contrárias as Escrituras Sagradas hoje praticados em forma de tradição, cultura oral e doutrina por nosso povo. Alguns expressos em literatura própria da Congregação Cristã. Práticas estas que, com sabedoria do alto precisam ser erradicadas imediatamente para não continuarmos em tais tradições que invalidam o Mandamento de Deus (Mt 5:6) e fazem separação no Corpo de Cristo.
Apontamos para algumas providências que iriam sanar muitos dos problemas hoje vigentes em nosso meio:
- Desfazer alteração do tópico 1.º dos Pontos de Doutrina e da Fé que uma vez foi dada aos santos, que constam no Estatuto, desde 1995, onde diz que a Bíblia contém a Palavra de Deus. Ela não contém, ela É a infalível Palavra de Deus,
- Retirar o texto entitulado "Doutrinas", exposto na página 25 da edição unificada (livreto azul), referente a um dos tópicos da Reunião de Ensinamentos de 1948 que dizem:
“ No velho concerto havia três leis: Civil, Moral e Cerimonial e por suprema autoridade o sumo sacerdote. ...Os fiéis em Cristo, chamados a testemunhar o Evangelho a todas as nações tem que reconhecer autoridades e leis civis de qualquer nação”...
“...A lei cerimonial com as suas ordenanças foi cumprida com a oferta pura do Cordeiro de Deus ,...A lei moral é fruto da nova vida em Cristo Jesus...”
De acordo com este ensino, havia três leis, mas nem todas elas foram cumpridas.
A Bíblia ensina que a lei é uma só, não se encontra na Palavra de Deus tal divisão. Toda a lei foi cumprida, inclusive a lei moral, pois Cristo viveu uma vida moralmente impecável (Gl 3:10,11; 4:4-5; Mt 5:18; Jo 19:30).
Quando um fariseu perguntou a Jesus qual era o maior mandamento da lei, Jesus não quis saber de qual lei (Mt 22:34-40), porque a lei é uma só.
A nova aliança tem uma lei própria: a lei de Cristo ou a lei do Espírito (Rm 3:27; 8:2; 1Co 9:21; Gl 6:2). E é justamente nessa lei e no cumprimento dos seus mandamentos que andamos.
Quando veio a nova lei, a velha já havia cumprido seu propósito e não era mais necessária, por isso foi removida (Hb 8:6-13; 10:1-18, 2Co 3:11).
Dizer que Cristo cumpriu apenas parte da lei é afirmar que sua obra foi incompleta. As afirmações desse tópico das Reuniões de 1948 são simplesmente antibíblicas. É inconcebível que um tópico de ensinamento como este permaneça por tantos anos em uma igreja cristã.
- Cessar o Rebatismo de crentes oriundos de outras denominações sérias que possuem uma confissão de fé genuinamente cristã, sendo ensinado à irmandade da Congregação Cristã que, quando algum crente de outra denominação evangélica migrar para a Congregação, não será exigido deste, que se batize novamente, para que possa ser considerado irmão ou exerça liberdade de tomar ceia, orar, testemunhar e chamar um hino. Este batismo efetuado em outra denominação evangélica genuína, será aceito se obedecer a ordenança bíblica do Senhor Jesus em Mateus 28:19. O Rebatismo de quem já foi batizado conforme a Palavra constitui uma heresia. Há um só batismo conforme Efésios 4:5 e Romanos 6:3-4.
- Rever o ensinamento da Congregação Cristã de que o batismo purifica o homem do pecado, pois tal afirmação, no entanto, não tem base bíblica. O texto de 1João 1.7 lança por terra tamanha contradição:
“...e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho nos purifica de todo pecado”.
A Bíblia deixa bem clara essa questão: o que nos purifica é somente o sangue de Jesus Cristo. Lemos, em Marcos 16.16:
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.
Não é dito que quem não crer e não for batizado será condenado, mas apenas que quem não crer.
Pregar o batismo salvífico é pregar outro evangelho (Gl 1.6-9; At 15.11; Rm 1.17; 2Co 11.4). Quem regenera é o Espírito Santo, quando a pessoa se arrepende de seus pecados e crê em Jesus (Tt 3.5-7; 1Pe 1.18).
O batismo não lava pecados, somente o sangue de Cristo (1Jo 1.7; Ap 1.5; 5.9,10).
- Ensinar a querida irmandade que a Congregação Cristã no Brasil é uma igreja cristã, na qual opera a Graça de Deus como em outras denominações genuinamente cristãs. Não sendo correto chamar a Congregação Cristã de "Graça de Deus" ou "esta Graça", pois a Graça de Deus não é a Congregação Cristã ou qualquer outra denominação evangélica, mas sim a Obra Redentora realizada pelo Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário em favor de todo aquele que Nele crê (Jo 3:16). Graça é o favor imerecido de Deus não uma denominação ou instituição religiosa.
Também a não chamar a Congregação Cristã de "caminho", pois o único caminho que conduz a salvação segundo a Bíblia nos ensina é o Senhor Jesus (Jo 14:6).
- Que os demais evangélicos sejam reconhecidos como irmãos apesar de suas diferenças culturais e de liturgia de culto. A Palavra de Deus ensina que a todos que receberam a Cristo como seu Salvador, foi-lhes dado o poder de serem feitos filhos de Deus, irmãos em Cristo, independente de qual denominação evangélica pertençam (Jo 1:12; Rm 8:14; 1 Jo 3:1). Tal exemplo vemos nas igrejas da Ásia descritas em Apocalipse (Ap 2:1 a 3:22). Lembrá-los para nunca mais chamá-los de seitários ou outros nomes pejorativos.
- Não pregar contra o ministério dos pastores, pois apesar de não adotar-mos tal ministério, o mesmo é bíblico (Jr 3:15, Jr 23:4, Ef 4:11, Hb 13:7)
- Não pregar contra Estudo Bíblico ou Teológico, pois além do membro exercer sua liberdade de escolha, a Bíblia aponta para a necessidade de examiná-la, ou seja estudá-la para ser melhor usado pelo Espírito Santo (Js 1:8, Jo 5:39, 1Tm 4:13, 2Tm 2:15, 2Tm 4:13). Lembremos que o apóstolo Paulo, foi doutor da Lei, possuía extremo preparo nas Escrituras Sagradas, além de conhecedor profundo das culturas judaica, grega e romana.
- Estabelecer ensino das Escrituras Sagradas nas Congregações em forma de Escola Bíblica, ou Culto de Ensinamentos e Doutrinas, classificado em crianças, jovens e adultos. Tais estudos sempre foram adotados na Congregação Cristã de Chicago, onde pertenceu como membro o irmão Louis Francescon, nas igrejas do movimento pentecostal italiano, como nas demais igrejas cristãs. Isto ajudaria e muito a se manter uma única compreensão doutrinária dentre toda a irmandade e Ministério.
- Explicar o que são Doutrinas Bíblicas, que são as bases do Cristianismo, e o que são usos e costumes,
- Que os tópicos de ensinamentos sejam publicados e acessíveis a toda a irmandade,
- Quanto ao adultério e a fornicação, por pior que sejam estes pecado, não podem ser considerados pecado de morte sem perdão. Pois não existe base bíblica para tal afirmação, havendo na Bíblia relatos de que mediante o arrependimento e abandono de tal prática pecaminosa Deus concede perdão, como no caso da mulher adúltera (Jo 8:1-11, 1 Jo 1:7-10).
O pecado de morte, sem perdão, refere-se a blasfêmia contra o Espírito Santo, que é atribuir conscientemente a satanás uma Obra realizada por Deus (Mt 12:31-32).
- Incentivar a irmandade da Congregação Cristã e treiná-los para o exercício de missões. Quando esta se der, não praticar proselitismo e disputar o campo já ocupado por igrejas genuinamente cristãs (At 15:20-21). Independente de possuir cargos eclesiásticos, todos podem participar, pois a grande comissão de Jesus (Mt 28:19) é para toda a Igreja de Cristo, não somente a uma classe especial; porém é trabalho da igreja prepará-los e dar-lhes retaguarda nestas missões.
- Investir incansavelmente na busca pelos parados na fé, tratando-os com amor que convém a nossa condição, lhes mostrando que em Jesus Cristo há uma chance de restauração e purificação dos pecados (1Jo 1:7-10). O Senhor mesmo disse:
“Todo o que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6:37).
Muitos por se sentirem desprezados e perdendo sua liberdade nos cultos tem sido alvo de grupos não cristãos e sucumbem a doutrinas de demônios, pois devido ao estado de aflição, muitos agarram-se a qualquer coisa. Não é necessário falar dos milhares de nossos irmãos que foram parar na sarjeta, ficaram depressivos, tiveram suas vidas destruídas pelo desprezo e até cometeram suicídio.
É necessário se estabelecer um acompanhamento sério nos casos de transgressões e pecados, tratando-os com misericórdia e, no caso de aplicação de disciplina, os tais sejam acompanhados com amor cristão para que possam ser, mediante arrependimento sincero, reintegrados a comunhão da igreja sem discriminação. E que se busque muita guia de Deus para não se abater as almas lavadas e remidas pelo precioso sangue expiador do Senhor Jesus.
O que segue não é um problema doutrinário, ou algo que venha a ferir as Escrituras Sagradas, mas de consciência:
Refletir na possibilidade de passar a servir um dos dois elementos da Santa Ceia, o vinho, em cálices individuais e descartáveis. Respeitamos a atual forma de servi-la na Congregação Cristã, utilizando um único cálice, mas não podemos esquecer que o fato de centenas, às vezes milhares de irmãos, participarem de um mesmo cálice, põe em risco a integridade física de seus membros, pois a possibilidade de contaminação por alguma doença infecto-contagiosa é extrema.
Sabemos que o Senhor é Poderoso para nos livrar e guardar de tais males, mas temos que encontrar um equilíbrio, de acordo com as Escrituras Sagradas. Estas nos apontam em Mateus 26:27, Marcos 14:23 , 1Coríntios 11:28 que temos que tomar "dele" (o cálice), e segundo Lucas 22:17 reparti-lo entre nós, não necessariamente "nele". Não há problema doutrinário em pegar de um cálice principal e repartir em demais cálices para serem servidos aos nossos irmãos. Já é corrente entre o Ministério que muitos da irmandade já não aceitam esta forma de servir o vinho da Santa Ceia, tendo dificuldade em colocar sua boca num recipiente compartilhado por centenas de irmãos. Não podemos também desconsiderar, que a qualquer momento podemos ser alvo da intervenção de autoridades sanitárias governamentais.
Enfim, muitos de nossos irmãos, esperam uma reflexão e oram para que os servos de Deus, os anciães, sejam guiados pelo Espírito Santo e não vejam este comunicado, exposto com humildade e sentimento cristão, como um ato de rebeldia, cisão, afronta ou desvario. Nem tratem como um caso isolado, pois muitos no passado e recentemente já foram usados para lhes transmitir algo da parte de Deus. Nosso trabalho é mais uma ferramenta do Senhor para uma reflexão nos conceitos atuais da Congregação Cristã no Brasil.
A Congregação Cristã tem uma identidade única, a qual respeitamos, mas precisa ser aperfeiçoada, pelo poder restaurador do Espírito Santo. É preciso rever suas posições e refletir em quanto deixamos de participar em nosso país, face as grandes necessidades que enfrentamos, onde ela como agência missionária do Reino de Deus poderia exercer uma grande influência, maior que a atual, para o progresso cada vez maior do Evangelho em nossa nação e no mundo. Não estou falando em ecumenismo, jamais, falo em cooperação cristã, respeitando, amando e auxiliando quando possível, os demais grupos do Corpo de Cristo. Nossa querida Congregação Cristã, apesar de suas particularidades, tem muito a compartilhar com a Igreja de Cristo.
Lembremos que Deus concedeu aos caros ministros da Congregação Cristã uma mordomia, que precisa ser conduzida única e exclusivamente pela Palavra de Deus, sem intervenção de novas revelações que a contradizem. O apóstolo Paulo nos advertiu na 1.ª Carta ao Coríntios, cap. 4, vv. 6:
"E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós, para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um, contra outro."
Desta mordomia e talentos confiados, será pedido contas quando se manifestar o Senhor Jesus Cristo em sua glória (Mt 25:14-30).
Os tempos apontam para o retorno do Mestre a qualquer momento, para arrebatar sua Igreja e galardoá-la. Que não seja o caso, que alguns dentre nós, por dureza de coração, enfrente o Tribunal de Cristo (1Co 3:13-15; 2Co 5:10)e vejam suas obras serem queimadas como palha pelo fogo, ou pior, não subir com Cristo, passar pela Tribulação que há de vir ao mundo e pela opressão do anticristo. Sem contar com a terrível possibilidade de perecer e enfrentar o Juízo Final, onde não haverá mais chance, só restando ser condenado e lançado no lago de fogo, lugar de trevas, onde haverá pranto e ranger de dentes (Mt 22:13; Ap. 20:11-15).
Aguardo em nome de todos os irmãos da Congregação Cristã, que esperam uma reflexão dos amados irmãos em Cristo, uma resposta a este documento, orando por vós, certo da providência Divina no coração dos que se inclinam a voz do Espírito Santo através de Sua Palavra (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22; ).
Certo da missão que o Senhor me confiou,
Sinceramente em Cristo, pela Graça Suficiente,
Vosso irmão na fé que uma vez foi dada aos santos,
Marcelo Ferreira da Silva"
Arquivo/PortalCCB/032008